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PADRE SÁTIRO: 80 ANOS EDUCAÇÃO, RELIGIÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL


Primeiro, diante dele não há nenhum temor reverencial, mas um sentimento de fraternidade. Ele é igual. É gente como a gente. É um padre que acredita nos anjos e aprende todo dia lições de espiritualidade agostiniana. É um homem de paz e amigos aos quais é leal, é modesto como manda a sabedoria superior. É um dos maiores diretores que já conheceu o antigo Colégio dos Padres. Sátiro Cavalcanti é para mim um alumbramento. (Mestre Dorian Jorge Freire)


Azougue - Desde criança o sonho de ser padre?

Padre Sátiro - Não, de maneira nenhuma. O meu irmão, o ministro José Dantas, era o coroinha, era o vocacionado da minha casa. Antes do meu pai morrer, aos 42 anos de idade, ele reuniu a família e disse: respeitem a vocação de Dedé. Somente aos 14 anos, meu pai já falecido, eu comecei a me aproximar da igreja, a ter um contato mais amplo com o padre Caminha, isso em Pau dos Ferros. No ano 1942, eu disse que queria ser padre e somente a minha mãe e padre Caminha acreditaram e no dia 9 de fevereiro de 43, após uma exaustiva viagem de trem, cheguei em Mossoró e fui para o seminário. 15 anos depois eu passei a usar a batina.

Azougue - Como nasceu essa sua devoção por Santa Clara?


Padre Sátiro - O nascimento se deu via minha mãe, D.Erundina. Eu passei muito tempo na Itália e várias vezes fui à cidade de São Francisco, uma região bastante pobre e quando completei 25 anos de padre, eu fundei a Funsern, Fundação Sócio-Educativa do Rio Grande do Norte, que contava com uma escola, e minha mãe me perguntou: “ Por que você não consagra essa sua obra com o nome de Santa Clara”. Silenciosamente implantamos a pastoral de Santa Clara, houve o seu crescimento e veio a rádio FM Santa Clara e em seguida o mosteiro de Santa Clara.


Azougue - Pode me falar um pouco sobre Santa Clara?


Padre Sátiro - Claro e com muito prazer. Ela é do tempo de São Francisco, precisamente do século XIII, mais ou menos no ano 1225. Ela era de família nobre, bonita, vaidosa, de cabelos grandes. Ela deixou a condição de mulher da chamada elite para se dedicar à pobreza e para se tornar franciscana fugiu de casa, já que a sua família se posicionava contra os seus objetivos. Foi a responsável pela abertura do ramo feminino do francisquianismo e fundou o segundo ramo das Clarissas. Hoje, só no Brasil nós temos 17 mosteiros de Clarissas.


Azougue - Padre Sátiro e o Diocesano. Como seu deu essa união?


Padre Sátiro - Eu cheguei de Roma no dia 28 de novembro de 1955 e no outro dia fui nomeado secretário do colégio. A turma que estava fazendo exame final era a de Noguchi Rosado, de Laci Gadelha e me botaram para examinar a banca de inglês. Eles boataram logo: Epa, vamos tomar cuidado. Chegou um padre novo que tá lascando todo mundo na prova oral. No 9 de junho 1956 houve a inauguração deste, hoje, prédio onde está o Diocesano, num grande esforço do bispo dom João Costa e de uma maneira especial também de dom Eliseu e a força de vontade do monsenhor Sales. Havia um internato e eu fui designado para ser o seu diretor, para administrar 85 internos, dentre eles o hoje deputado estadual Elias Fernandes. O padre Sales renunciou à direção do colégio, ficando em seu lugar o monsenhor Raimundo, depois padre Luís Soares e em 1960, dom Eliseu, já me via com muita experiência e me nomeou diretor, onde estou até hoje.


Azougue - O que representa para o padre Sátiro o Colégio Diocesano Santa Luzia?


Padre Sátiro - Eu fui para Roma para atuar na ação católica e fiz curso até na Bélgica. Eu não era vocacionado para este setor. Só que me infiltrei neste universo e é o Diocesano, indiscutivelmente, um filho, aliás, uma ternura de filho. Mais da metade da minha vida está plantada aqui e se a rede particular de ensino caminha com dificuldade, basicamente em função da inadimplência, nós também caminhamos e vamos seguindo sempre em busca das soluções, o que, aliás, sempre as alcançamos.


Azougue - Muitas alegrias? Alguma em particular?


Padre Sátiro - Muitas, muitas mesmo, agora duas mexeram mais comigo. A primeira em 1976, na festa dos 75 anos do Colégio Diocesano, que foi algo extraordinariamente emocionante e depois, já nos anos 80, quando dom José Freire resolveu colocar os seminaristas para estudar no Diocesano. Foi muito interessante, pelo reconhecimento da seriedade do trabalho que desenvolvemos.

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