“Ele dizia que as abelhas o deixavam
mais próximo de Deus”. Com essa frase o amigo Paulo Roberto Menezes mexeu no
baú de suas memórias para relembrar padre Huberto Bruening, que estaria
completando 100 anos, se estivesse vivo, no dia 30 de março. Neste dia, às 9
horas, a Diocese de Mossoró celebra uma missa presidida pelo Bispo Dom Mariano
Manzana com a presença de todo clero e lança a programação oficial dos 80 anos
de criação da Diocese de Santa Luzia de Mossoró.
Nascido em 30 de março de 1914, em
São Ludgero, Santa Catarina, de ascendência alemã, Monsenhor Huberto, como era
chamado, exerceu o sacerdócio por longos 48 anos em Mossoró, cidade que
escolheu como sua segunda pátria. Pelas mãos do primeiro bispo da Diocese, Dom
Jaime Câmara, o seminarista Huberto chegou na terra de Santa Luzia, foi
ordenado e se tornou reitor do Seminário Santa Teresinha e vigário da Catedral
de Santa Luzia. Faleceu no dia 29 de agosto de 1995, deixando lições valiosas
tanto na evangelização como no universo da ciência. Muitas dessas foram levadas
pelas ondas da Rádio Rural, onde ele apresentava sempre às 18 horas o programa
“Mensagens de Fé”. Outra página importante na vida de padre Huberto foi a sua
grande contribuição para a ciência.
Durante 30 anos, o sacerdote observou sistematicamente
o comportamento das abelhas Jandaíra. Segundo Paulo Menezes, que foi levado por
ele a também se apaixonar pela meliponicultura, padre Huberto é referência no
assunto no mundo acadêmico. “Ele é considerado um dos maiores e o seu livro
“Abelha Jandaíra” está na terceira edição e é estudado em várias
universidades”, relembra Paulo. Ele acrescenta que mais que ensinar a
criar abelhas, monsenhor soube apontar caminhos éticos e morais que levam ao
desenvolvimento sustentável. Hoje existe um projeto Padre Huberto de
Preservação de Abelhas Jandaíra em vários assentamentos de Mossoró.
Durante o manejo das abelhas nas dependências da casa paroquial ou da
ESAM, atual UFERSA, instituição que recebeu das suas mãos todo material
estudado, padre Bruening gostava de dizer: “Como não conheço nenhum
escrito específico sobre Jandaíra, fui obrigado a frequentar a escola das
Jandaíras, observando seus hábitos, seu trabalho, sua família, sua casa, sua
organização, manias e travessuras. Isto por mais de 30 anos. Serviu de
aprendizado, lazer, higiene mental e reconstituinte, passatempo, espanta tédio
e, sobretudo, é o segredo de manter-me em contato com Deus”.
Celebração
Dia 30/03 - Centenário de Pe. Huberto e lançamento da programação dos 80
anos da Diocese
Local - Catedral de Santa Luzia
Horário - 9h