No calendário litúrgico, neste domingo, 25, é celebrada a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, comumente conhecida como a Festa de Cristo Rei. O presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB, dom Armando Bucciol explica que a origem da Festa coloca-se no tempo de Pio XI, no ano de 1925. À época, dom Armando afirma que a Europa estava passando por um período “difícil”, em meio ao crescimento do Nazismo e do Fascismo em boa parte dos países.
Neste contexto, onde cada vez mais os ditadores queriam mandar no povo, dom Armando salienta que o papa Pio XI institui a Festa de Cristo Rei, por meio da Encíclica Quas Primas. “O papa com o intuito profundo afirmou que não são os grandes da Terra que dominam, não são eles que dirigem os povos, é Jesus Cristo”, afirmou o bispo. Originalmente, a Festa foi estabelecida para o último domingo de outubro, antes da Festa de Todos os Santos. No ano de 1926, quando foi celebrada pela primeira vez, esse domingo caiu para o dia 31 de outubro.
No entanto, foi o papa Paulo VI que deu à festa seu atual título completo, o de Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, transferindo a data para o último domingo do ano litúrgico. Segundo dom Armando, do ponto de vista litúrgico, espiritual e eclesial foi uma boa intuição ter colocado a festa como conclusão do ano litúrgico e síntese de uma caminhada.
As origens do reconhecimento do reinado de Cristo podem ser encontradas no próprio evangelho. Em um importante diálogo com Pilatos, durante seu juízo, dom Armando salienta que Cristo afirma o seu reinado. “Pilatos o pergunta se ele é rei, e então Cristo responde que é, e por isso tinha vindo ao mundo, para dar testemunho da verdade”, diz dom Armando.
Dom Armando salienta também o fato de que nos três anos do ciclo de leituras que a liturgia hoje tem, destaca-se um cristo que é rei, morrendo na cruz. “Portanto, o Cristo Rei é um rei que doou a sua vida por amor, é um Deus que se faz humano e que, sim, nós o honramos como rei, mas não à maneira dos dominadores, dos grandes da Terra”, completou o bispo.
Ainda de acordo com dom Armando, a Festa em si não é para exaltar um Deus poderoso, mas um Cristo cujo poder é o de um Cristo que lava os pés de seus discípulos e que diz: “Como eu fiz, faça vocês!”. “Podemos acrescentar que a maneira de Cristo reinar é uma contestação não só na sociedade, mas na Igreja. O poder é serviço, você é grande quanto mais se abaixa para servir por amor, e com amor”, finaliza dom Armando.
Fonte: CNBB