Por: Marcos Antonio Ferreira
Colaboração: Conceição Pinto
Matéria de “O Semeador” Julho 2009
MF-O que a fé nos diz nos momentos de doença?
MA-Dizemos que doença é falta de saúde, é uma perturbação em nossa saúde. É um mal, sim, que surge em momentos diferentes da vida. Pode atingir crianças, pessoas de idade mais nova ou mais madura, pessoas em idade bem avançada . Não podemos simplesmente considerar a doença como castigo de Deus, mas como algo que acontece. São momentos difíceis, comuns aos seres humanos. Como nos posicionar diante da doença? Em primeiro lugar , posso falar mais sobre isso porque estou doente no momento . Mas não é a primeira doença que enfrento . Em diversos outros momentos passei por isso. Sinto a necessidade de não desanimarmos diante do mal, da doença. Não nos desesperarmos, mas manter o ânimo, o encorajamento, para buscar o tratamento necessário. Hoje a medicina trabalha para oferecer ao doente a idéia de que precisa do esforço de cada um no sentido de se ajudar. O que não pode haver é uma entrega diante da doença. É o que tenho ouvido dos dos médicos ultimamente: a necessidade de não desanimar. Precisamos ter ânimo e fé. Precisamos pedir a Deus que ilumine os profissionais da saúde. É dizer: “Não vou me entregar”. Deus está vendo, dando o conforto necessário. Esses elementos são muito importantes nessas horas: ânimo (coragem) e fé. Afinal, enfermidades são realidades comuns aos seres humanos.
MF-Como será o tratamento?
MA- Foi constatado que estou com câncer na área do ventre. O tratamento já começou. O que ouvi dos médicos é que o câncer não é mais uma sentença. Nem se trata o câncer de forma generalizada, apenas utilizando quimioterapia ou radioterapia. É preciso descobrir onde está a doença, quais são as células afetadas, para aplicar a medicação apropriada. Há avanços no tratamento do câncer hoje bastante grandes. Estamos vendo alguns exemplos de pessoas que quando descobrem que estão doentes não param, não desanimam, mas continuam suas vidas, com seu trabalho, com seu dia e dia, e isso ajuda. O câncer pode não ser curável , mas é tratável. Estamos em um tratamento que segue linha mais atualizada de combater doenças dessa natureza.
MF-E sua rotina nesse período?
MA-Os médicos disseram que eu voltasse ao trabalho, que não ficasse parado. Vamos continuar, claro, fazendo o que é possível, dentro do bom senso. Voltar ao trabalho, realizar minhas atividades paroquiais, sabendo que estou em tratamento, seguindo sempre as orientações médicas. Senti nesse período de enfermidade a grande responsabilidade dos agentes da paróquia, que estão cumprindo suas tarefas nos diversos setores , nas diversa áreas, nas pastorais, nos movimentos. Vamos pedir a ajuda dos colegas padres para os trabalhos necessários até o final do ano. E para o ano que entra será possível alguem vir me ajudar de perto ou eu ajudarei aquela pessoa que vier assumir a paróquia. Mas isso é futuro. Deus vai mostrando que é o melhor.
MF-O senhor completa em 2010 trinta anos como pároco. O que significa este momento e como pretende celebrar?
MA-Vejo que o tempo avançou rapidamente. Eu me ordenei em 1956. Sempre tive atividade paroquial. Comecei na paróquia de Assu, depois no Sagrado Coração de Jesus (então paróquia) aqui em Mossoró. Depois passei a trabalhar em São São Manoel, no período em que Padre Alfredo esteve doente. Em seguida comecei a trabalhar aqui na Catedral, inicialmente ajudando Monsenhor Huberto e, depois, assumindo os trabalhos. Para mim este momento significa muito, me faz ver que tive falhas, mas, sobretudo, que contei sempre com a graça de Deus e a ajuda da comunidade, dos fiéis. Nunca me senti sozinho, sem apoio. Onde estive, contei com apoio da comunidade. Isso conforta e anima. Vou celebrar os trinta anos dando graças a Deus. Não tem nada especial planejado, a não ser continuar fazendo que é possível, colocando-me à disposição d'Aquele que me chamou para o sacerdócio, tentando viver com meus colegas padres , com a comunidade, esta missão que me foi confiada. Não estou pensando em festejos de maneira nenhuma.
MF-Uma palavra aos paroquianos...
MA-Diria aos paroquianos que o momento em que a gente adoece sempre serve para reflexão . A gente tem que parar um pouco e, parando, se enriquece, faz muitas descobertas acerca da capacidade das pessoas. A doença não é somente algo negativo que ocorre na vida da gente, mas no tempo da doença a gente pode crescer muito, espiritualmente e psicologicamente. Diria que estou imensamente agradecido pelas demonstrações de carinho da comunidade, não somente da cidade de Mossoró, não somente da minha paróquia, mas de diversos pontos da diocese. A gente vai sentindo realmente que tem amigos na vida. A palavra é de gratidão pela solidariedade, pelas orações que são feitas para que que eu possa seguir com ânimo, com coragem e com fé. A todos minha gratidão. Deus está vendo a bondade, olhando o coração de cada um . Sou imensamente grato pela maneira como estou sendo tratado, não somente pelos meus paroquianos, mas por todas as pessoas.
Colaboração: Conceição Pinto
Matéria de “O Semeador” Julho 2009
MF-O que a fé nos diz nos momentos de doença?
MA-Dizemos que doença é falta de saúde, é uma perturbação em nossa saúde. É um mal, sim, que surge em momentos diferentes da vida. Pode atingir crianças, pessoas de idade mais nova ou mais madura, pessoas em idade bem avançada . Não podemos simplesmente considerar a doença como castigo de Deus, mas como algo que acontece. São momentos difíceis, comuns aos seres humanos. Como nos posicionar diante da doença? Em primeiro lugar , posso falar mais sobre isso porque estou doente no momento . Mas não é a primeira doença que enfrento . Em diversos outros momentos passei por isso. Sinto a necessidade de não desanimarmos diante do mal, da doença. Não nos desesperarmos, mas manter o ânimo, o encorajamento, para buscar o tratamento necessário. Hoje a medicina trabalha para oferecer ao doente a idéia de que precisa do esforço de cada um no sentido de se ajudar. O que não pode haver é uma entrega diante da doença. É o que tenho ouvido dos dos médicos ultimamente: a necessidade de não desanimar. Precisamos ter ânimo e fé. Precisamos pedir a Deus que ilumine os profissionais da saúde. É dizer: “Não vou me entregar”. Deus está vendo, dando o conforto necessário. Esses elementos são muito importantes nessas horas: ânimo (coragem) e fé. Afinal, enfermidades são realidades comuns aos seres humanos.
MF-Como será o tratamento?
MA- Foi constatado que estou com câncer na área do ventre. O tratamento já começou. O que ouvi dos médicos é que o câncer não é mais uma sentença. Nem se trata o câncer de forma generalizada, apenas utilizando quimioterapia ou radioterapia. É preciso descobrir onde está a doença, quais são as células afetadas, para aplicar a medicação apropriada. Há avanços no tratamento do câncer hoje bastante grandes. Estamos vendo alguns exemplos de pessoas que quando descobrem que estão doentes não param, não desanimam, mas continuam suas vidas, com seu trabalho, com seu dia e dia, e isso ajuda. O câncer pode não ser curável , mas é tratável. Estamos em um tratamento que segue linha mais atualizada de combater doenças dessa natureza.
MF-E sua rotina nesse período?
MA-Os médicos disseram que eu voltasse ao trabalho, que não ficasse parado. Vamos continuar, claro, fazendo o que é possível, dentro do bom senso. Voltar ao trabalho, realizar minhas atividades paroquiais, sabendo que estou em tratamento, seguindo sempre as orientações médicas. Senti nesse período de enfermidade a grande responsabilidade dos agentes da paróquia, que estão cumprindo suas tarefas nos diversos setores , nas diversa áreas, nas pastorais, nos movimentos. Vamos pedir a ajuda dos colegas padres para os trabalhos necessários até o final do ano. E para o ano que entra será possível alguem vir me ajudar de perto ou eu ajudarei aquela pessoa que vier assumir a paróquia. Mas isso é futuro. Deus vai mostrando que é o melhor.
MF-O senhor completa em 2010 trinta anos como pároco. O que significa este momento e como pretende celebrar?
MA-Vejo que o tempo avançou rapidamente. Eu me ordenei em 1956. Sempre tive atividade paroquial. Comecei na paróquia de Assu, depois no Sagrado Coração de Jesus (então paróquia) aqui em Mossoró. Depois passei a trabalhar em São São Manoel, no período em que Padre Alfredo esteve doente. Em seguida comecei a trabalhar aqui na Catedral, inicialmente ajudando Monsenhor Huberto e, depois, assumindo os trabalhos. Para mim este momento significa muito, me faz ver que tive falhas, mas, sobretudo, que contei sempre com a graça de Deus e a ajuda da comunidade, dos fiéis. Nunca me senti sozinho, sem apoio. Onde estive, contei com apoio da comunidade. Isso conforta e anima. Vou celebrar os trinta anos dando graças a Deus. Não tem nada especial planejado, a não ser continuar fazendo que é possível, colocando-me à disposição d'Aquele que me chamou para o sacerdócio, tentando viver com meus colegas padres , com a comunidade, esta missão que me foi confiada. Não estou pensando em festejos de maneira nenhuma.
MF-Uma palavra aos paroquianos...
MA-Diria aos paroquianos que o momento em que a gente adoece sempre serve para reflexão . A gente tem que parar um pouco e, parando, se enriquece, faz muitas descobertas acerca da capacidade das pessoas. A doença não é somente algo negativo que ocorre na vida da gente, mas no tempo da doença a gente pode crescer muito, espiritualmente e psicologicamente. Diria que estou imensamente agradecido pelas demonstrações de carinho da comunidade, não somente da cidade de Mossoró, não somente da minha paróquia, mas de diversos pontos da diocese. A gente vai sentindo realmente que tem amigos na vida. A palavra é de gratidão pela solidariedade, pelas orações que são feitas para que que eu possa seguir com ânimo, com coragem e com fé. A todos minha gratidão. Deus está vendo a bondade, olhando o coração de cada um . Sou imensamente grato pela maneira como estou sendo tratado, não somente pelos meus paroquianos, mas por todas as pessoas.