Hidrelétrica de Belo Monte, Amazônia, CEBs (Comunidade Eclesial de Base), Campanha Ficha Limpa e bispos eméritos foram os temas refletidos na coletiva de imprensa desta quarta-feira, 5. Falaram aos jornalistas o bispo prelado do Xingu (PA), Dom Erwin Kraütler, o bispo de Floresta (PE), Dom Adriano Ciocca Vasino e o bispo emérito de Blumenau (SC), Dom Angélico Sândalo Bernardino. Dom Erwin começou a coletiva explicando que todos pensam que o leilão da Belo Monte encerrou o debate sobre essa questão mas, na verdade, ele está só no começo. O bispo, contrário à construção da hidrelétrica no Rio Xingu, disse que os indígenas não foram ouvidos e que cerca de 30 mil pessoas da cidade de Altamira (PA), com cerca de 100 mil habitantes, serão atingidas por essa obra. "Querem fazer a hidrelétrica de Belo Monte sem levar em conta tantos gritos contrários. Não se pode falar em 'energia limpa', quando tantos clamam por resposta e ela não é dada". Ele acrescentou: "Minha pergunta é de pastor; não de técnico. Como bispo, preocupo-me com esses povos. Até hoje, o Rio Xingu é considerado o rio mais indígena de todo o Brasil".O bispo ainda afirmou que, embora o governo prometa que será só uma barragem a ser construída, ele não irá parar nisso, porque o Rio Xingu não tem condições de fazer funcionar as turbinas um ano todo, por causa da vazão do rio, que tem mais potencial em épocas de chuva, e que será preciso outras barragens, embora não assumam isso.
Amazônia
Dom Erwin recordou o interesse do papa Bento XVI sobre o futuro da Amazônia no diálogo com os bispos do norte na visita ad limina ao Vaticano. O mesmo assunto foi abordado com interesse pelo Santo Padre em sua visita ao Brasil, em 2007, no encontro com os jovens no Pacaembu. E enfatizou que todos nós somos responsáveis pela Amazônia, e os próprios cientistas afirmam que se continuar assim, em 50 anos não existirá nem metade da floresta que nós temos.
Ficha Limpa
Dom Angélico recordou a preocupação da CNBB em apresentar ao parlamento seu apoio ao projeto Ficha Limpa e espera que ele seja aprovado e se torne válido para as eleições desse ano. "A aprovação do projeto é questão de dignidade para o legislativo. Nós esperamos que, de uma vez por todas, esse projeto seja aprovado.
CEBs
Dom Adriano falou sobre as CEBs e explicou que elas ajudam as pessoas a viverem sua fé de uma forma mais organizada, diante da reflexão da Palavra de Deus e que, justamente por serem enraizadas nas comunidades, elas estão empenhadas em transformar as realidades do país. O prelado espera que, com o debate na assembleia, possa ser dado um novo impulso às CEBs, como aconteceu no Intereclesial de Rondônia no ano passado.