Em emissão especial da televisão pública italiana Bento XVI lembrou Fátima e respondeu a perguntas sobre a dor e a alma, pedindo paz para a Costa do Marfim e o Iraque
Sexta feira Santa, Bento XVI marcou presença no programa «À sua imagem», da televisão pública italiana, para responder a sete questões de pessoas de todo o mundo, numa emissão especial que incluiu referências a Fátima.
A última questão foi sobre a figura de Maria, mãe de Jesus, com o Papa a admitir que um dia possa ser necessário “repetir” o acto de consagração do mundo à Virgem - deixando o exemplo do que viveu em Portugal, em Maio de 2010.
“Por exemplo, em Fátima vi como as milhares de pessoas presentes entraram verdadeiramente nesta entrega, se entregaram, concretizaram em si próprias, por si próprias esta consagração”, recordou.
A primeira pergunta foi sobre o "sentido da dor" após uma tragédia como o tsunami que varreu o Japão em Março .
Helena, menina japonesa de 7 anos, com pai italiano, diz que já não pode brincar no parque e pergunta ao Papa, “que fala com Deus”, porque é que as crianças têm de sentir “tanta tristeza”.
Bento XVI disse não ter “respostas” para questões que ele próprio se coloca, mas sublinha que “mesmo quando permanece a tristeza” deve existir a certeza sobre a presença de Deus.
“Um dia, vou perceber que este sofrimento não era vazio, não era em vão, mas há um projecto bom, um projecto de amor”, assinala.
“Estamos contigo, com todas as crianças japonesas que sofrem, queremos ajudar-vos com a oração, com os nossos actos; tende a certeza de que Deus vos ajuda. Por isso, rezamos juntos para que tenham luz, quanto antes”, acrescenta o Papa.
A televisão italiana indicou que as respostas foram gravadas a 15 de Abril , na biblioteca do palácio apostólico do Vaticano, desde a qual Bento XVI acompanhou hoje a emissão.
Entre as outras seis pessoas escolhidas para fazer uma pergunta - houve mais de 2000 propostas à redacção - estava uma mãe italiana, que há dois anos se dedica a cuidar do filho em estado vegetativo permanente e quer saber o que acontece à alma de quem está nessa situação clínica irreversível.
“Com certeza que a alma está ainda presente no corpo”, responde Bento XVI, acrescentando que “essa alma escondida sente em profundidade” o amor que lhe é dedicado pela mãe.
O Papa fala um “grande serviço à humanidade”, que mostra o “respeito pela vida humana, mesmo nas situações mais tristes”.
Da Costa do Marfim, Bento XVI foi saudado como “embaixador de Jesus” e foi sobre a necessidade de “ouvir a voz de Jesus” que se pronunciou sobre este conflito: “A violência nunca vem de Deus, nunca ajuda a dar coisas boas, mas é um meio destruidor, não o caminho para sair das dificuldades”.
“Convido todas as partes a renunciar à violência, a procurar o caminho da paz”, prosseguiu.
A um grupo de jovens cristãos iraquianos, o Papa deixou palavras de esperança e assegurou a sua oração.
“Rezo todos os dias pelos cristãos do Iraque”, disse, convidando a “fazer os possíveis para que possam permanecer” na sua terra.
“Queremos fazer um trabalho de reconciliação, de compreensão, também com o governo, ajudá-lo nesta difícil caminho de recomposição de uma sociedade lacerada”, acrescentou.
No dia em que a Igreja Católica assinala o momento da morte de Jesus, Bento XVI recebeu duas perguntas sobre a ressurreição e falou de uma nova “condição de vida”, na qual Cristo “já não morre”, ou seja, “está acima das leis da biologia, da física”, continuando a ser, no entanto, “um verdadeiro homem, não um fantasma”.
Fonte: Rádio Vaticano
A última questão foi sobre a figura de Maria, mãe de Jesus, com o Papa a admitir que um dia possa ser necessário “repetir” o acto de consagração do mundo à Virgem - deixando o exemplo do que viveu em Portugal, em Maio de 2010.
“Por exemplo, em Fátima vi como as milhares de pessoas presentes entraram verdadeiramente nesta entrega, se entregaram, concretizaram em si próprias, por si próprias esta consagração”, recordou.
A primeira pergunta foi sobre o "sentido da dor" após uma tragédia como o tsunami que varreu o Japão em Março .
Helena, menina japonesa de 7 anos, com pai italiano, diz que já não pode brincar no parque e pergunta ao Papa, “que fala com Deus”, porque é que as crianças têm de sentir “tanta tristeza”.
Bento XVI disse não ter “respostas” para questões que ele próprio se coloca, mas sublinha que “mesmo quando permanece a tristeza” deve existir a certeza sobre a presença de Deus.
“Um dia, vou perceber que este sofrimento não era vazio, não era em vão, mas há um projecto bom, um projecto de amor”, assinala.
“Estamos contigo, com todas as crianças japonesas que sofrem, queremos ajudar-vos com a oração, com os nossos actos; tende a certeza de que Deus vos ajuda. Por isso, rezamos juntos para que tenham luz, quanto antes”, acrescenta o Papa.
A televisão italiana indicou que as respostas foram gravadas a 15 de Abril , na biblioteca do palácio apostólico do Vaticano, desde a qual Bento XVI acompanhou hoje a emissão.
Entre as outras seis pessoas escolhidas para fazer uma pergunta - houve mais de 2000 propostas à redacção - estava uma mãe italiana, que há dois anos se dedica a cuidar do filho em estado vegetativo permanente e quer saber o que acontece à alma de quem está nessa situação clínica irreversível.
“Com certeza que a alma está ainda presente no corpo”, responde Bento XVI, acrescentando que “essa alma escondida sente em profundidade” o amor que lhe é dedicado pela mãe.
O Papa fala um “grande serviço à humanidade”, que mostra o “respeito pela vida humana, mesmo nas situações mais tristes”.
Da Costa do Marfim, Bento XVI foi saudado como “embaixador de Jesus” e foi sobre a necessidade de “ouvir a voz de Jesus” que se pronunciou sobre este conflito: “A violência nunca vem de Deus, nunca ajuda a dar coisas boas, mas é um meio destruidor, não o caminho para sair das dificuldades”.
“Convido todas as partes a renunciar à violência, a procurar o caminho da paz”, prosseguiu.
A um grupo de jovens cristãos iraquianos, o Papa deixou palavras de esperança e assegurou a sua oração.
“Rezo todos os dias pelos cristãos do Iraque”, disse, convidando a “fazer os possíveis para que possam permanecer” na sua terra.
“Queremos fazer um trabalho de reconciliação, de compreensão, também com o governo, ajudá-lo nesta difícil caminho de recomposição de uma sociedade lacerada”, acrescentou.
No dia em que a Igreja Católica assinala o momento da morte de Jesus, Bento XVI recebeu duas perguntas sobre a ressurreição e falou de uma nova “condição de vida”, na qual Cristo “já não morre”, ou seja, “está acima das leis da biologia, da física”, continuando a ser, no entanto, “um verdadeiro homem, não um fantasma”.
Fonte: Rádio Vaticano