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Na Praça São Pedro, Papa reza pelas vítimas no Nepal: mortos são mais de 2 mil


Cidade do Vaticano (RV) – Na Oração do Regina Coeli deste domingo, o Papa Francisco rezou, junto com os fieis reunidos na Praça São Pedro, pelas vítimas do violento terremoto que atingiu o Nepal. Até o momento, são pelo menos 2.263 os mortos. E a terra continua a tremer. Um forte abalo foi sentido esta manhã (9 horas, horário italiano), aterrorizando a população de Kathmandu. A comunidade internacional começa a enviar auxílio às vítimas.
“Desejo assegurar a minha proximidade às populações atingidas por um forte terremoto no Nepal e nos países vizinhos. Rezo pelas vítimas, pelos feridos e por todos aqueles que sofrem por causa desta calamidade. Que tenham o apoio da solidariedade fraterna. E rezemos a Nossa Senhora para que lhes seja próxima", foi a oração do Papa Francisco na Praça São Pedro. Também na noite de sábado o Santo Padre havia enviado um telegrama ao Núncio Apostólico no Nepal, assegurando suas orações e proximidade às vítimas do sismo.
Na manhã deste domingo um abalo de 6,7 voltou a sacudir o país, após uma noite de réplicas, o que provocou outra avalanche nos campos de base do Everest. O balanço das vítimas ainda é parcial, visto que muitos corpos estão sob os escombros. Oficialmente as vítimas são mais de 2.200, os feridos mais de 50 mil e cerca de 6,6 milhões de pessoas atingidas, segundo a ONU. O povoado de Langtantg, ao norte da capital, foi soterrado pela lama, o que pode ter provocado a morte de mais de cem pessoas. Tragédia semelhante ocorreu há 81 anos no país, quando um terremoto matou mais de dez mil pessoas.
O Governo de Kathmandu declarou estado de calamidade natural e o Presidente Koirala convidou os cidadãos a permanecerem unidos em meio a este grande desastre. Por outro lado, começam a chegar os primeiros aviões levando ajuda internacional. O aeroporto da capital, no entanto, foi fechado novamente, bloqueando algumas cargas de ajuda humanitária provenientes da Índia, enquanto outros voos não receberam autorização para aterrissar. Em toda a cidade prosseguem as operações de socorro.
A Rádio Vaticano conversou com o Vice-Diretor da Caritas italiana e responsável pela área internacional do organismo humanitário:
“Infelizmente a situação é muito grave! Muitos povoados, sobretudo nas regiões mais montanhosas, não foram ainda alcançados, motivo pelo qual existe um trabalho voltado para a salvação destas vidas humanas, uma logística para atingir estas zonas remotas, para avaliar os danos e também no que diz respeito aos feridos: muitos estão feridos gravemente, motivo pelo qual o esforço grande é também o do transporte ao hospital. Muito frequentemente, ainda, falta a corrente elétrica e portanto não se pode nem mesmo comunicar...”
RV: Segundo a experiência da Caritas, quais são as maiores necessidades neste momento?
“Nesta primeira fase existe o problema de fazer as pessoas dormirem fora das próprias casas porque existe um medo terrível, frequentemente existem ataques de pânico e o assim chamado distúrbio pós-traumático, que atinge também nestes casos, sobretudo os menores. Quem perdeu tudo deve, certamente, ser apoiado sob todos os pontos de vista, porém também aqueles que necessitam apoio psicológico, espiritual, numa visão na sua integridade”.
RV: Chegam notícias de hospitais superlotados. Existe algum risco concreto de epidemias?
“Isto é difícil avaliar neste momento. São zonas substancialmente frias, montanhosas, portanto, existem dinâmicas muito diferentes em relação a contextos mais quentes, mais tropicais. Será necessário avaliar mais tarde se foram contaminados lençois de água e se existem, certamente, problemas de contágio. Neste momento é cedo para poder dizer alguma coisa neste sentido”.
RV: Os danos ao patrimônio artístico do país, a longo prazo, poderão influenciar numa economia já tão pobre?
“Nós nos concentramos sobretudo nas pessoas, porém não deve ser subestimado este elemento. Neste caso, o dano ao turismo e ao patrimônio artístico, o dano – digamos – cultural, provocará, sem dúvida, consequências a médio e longo prazo nestas zonas do mundo pobres, e que deverão ser apoiadas também sob este ponto de vista na tentativa de retomar algumas estruturas e do patrimônio artístico”.