A arquidiocese de Olinda e Recife (PE) recebeu na segunda-feira, dia 6, a carta que confirma que “nada obsta, da parte da Santa Sé,” a que a Causa de Beatificação e Canonização do Servo Deus dom Helder Pessoa Câmara possa ser realizada. Diante do fato, o arcebispo local, dom Antônio Fernando Saburido, marcou para o dia 3 de maio o início da etapa diocesana do processo de beatificação daquele que esteve à frente da criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Dom Saburido marcou para o horário de 9 horas o início da Missa na qual irá apresentar os membros da comissão jurídica responsável por reconhecer as “virtudes heroicas” do “Dom da Paz”, como dom Helder é conhecido.
Chamada de “tribunal”, a comissão será formada por cinco membros: juiz delegado e promotor de justiça (ambos canonistas), notário, notário adjunto e cursor. O grupo se reunirá para estudar os textos publicados em vida e analisar os testemunhos de pessoas que conheceram o prelado. “O objetivo deles será analisar os novos textos publicados por dom Helder e ouvir pessoas que tiveram contato com o Servo de Deus. Também será fundamental a atuação das comissões histórica e teológica, esta última ainda será criada”, explica o postulador da causa de beatificação e canonização de dom Helder, frei Jociel Gomes.
Dom Fernando Saburido, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 8, assinou edital que torna pública a autorização da Santa Sé. “Tenho um carinho enorme por dom Helder e desde que cheguei à arquidiocese há esse desejo do povo de Deus. Enviamos o pedido no dia 27 de maio do ano passado e nos surpreendeu positivamente o retorno rápido da Santa Sé. Agora vamos trabalhar para concluir a etapa diocesana do processo. Em seguida, será a vez do Vaticano realizar a outra parte do processo”, disse dom Saburido.
Após a fase diocesana do processo de beatificação haverá a elaboração, por parte do relator nomeado pela Congregação para a Causa dos Santos de um documento denominado Positio. Trata-se de um compêndio dos relatos e estudos realizados pela comissão jurídica. Assim que aprovado, o papa concede o título de Venerável Servo do Deus.
O passo seguinte é o da beatificação. Ser beato, ou bem-aventurado, significa representar um modelo de vida para a comunidade e, além disso, ter a capacidade de agir como intermediário entre os cristãos e Deus. Depois disso, ainda é preciso passar por mais uma fase: a canonização.
Para ser proclamado santo é imprescindível a comprovação de um milagre, que deve ocorrer após sua nomeação como beato.