Esta quinta-feira, 17 de dezembro, o Papa Francisco completa 79 anos. Mensagens de felicitações já chegam de todo o mundo. Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, os fieis cantaram o “Parabéns”, enquanto uma jornalista mexicana presenteava o Papa com uma torta especial, em forma de “sombrero”, doada pelo povo mexicano, que o aguarda com expectativa em fevereiro de 2016. Ouçamos as felicitações ao Santo Padre do Cardeal Santos Abril y Castelló, Arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior, onde o Papa “é quase de casa”:
“É uma grande alegria poder expressar ao Santo Padre a mais calorosa felicitação de um feliz aniversário e acrescentamos a isto também a fervorosa oração ao Senhor para que o ajude neste seu delicadíssimo e importantíssimo papel para a Igreja. Vemos que ele está cumprindo com grande dedicação, total, absoluta, este papel e por isto o acompanhamos com a oração, com o afeto e com o desejo de que o Senhor e que Nossa Senhora, a qual ele é muito devoto, possam ajudá-lo a continuar a desempenhar esta missão na maneira como a desempenhou até agora”.
RV: O Papa já veio tantas vezes à Santa Maria Maior, para venerar a Virgem...
“Sim, é muito, muito devoto de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”, não somente agora, como Papa. Recordo que quando eu era Núncio na Argentina, frequentemente, depois das suas visitas a Roma, que fazia algumas vezes, sempre me dizia que vinha fazer uma visitinha para saudar Nossa Senhora e confiar a ela também as suas intenções pelas necessidades da Igreja e para poder desenvolver a sua missão da melhor maneira possível. Mais tarde, já como Papa, veio 28 vezes. Isto revela muito o seu amor, a sua devoção. Sempre o faz quando está para realizar alguma viagem ao exterior e depois quando retorna, vem para saudá-la. Como ele me disse tantas vezes: “Não podia deixar de vir saudar a Senhora”.
RV: Como o senhor falou, o Papa está realizando uma ação muito forte, muito particular para a Igreja. Quais pontos principais o senhor destacaria desta ação, deste seu ministério?
“Evidentemente, é um ministério muito, muito rico, que tem tantos, tantos diferentes aspectos a serem considerados. Eu acredito que seja muito importante, antes de tudo, o seu papel de continuador da missão de Pedro na Igreja e como Bispo de Roma: ele fala frequentemente de seu papel como Bispo da Igreja de Roma. Como Papa, guia da Igreja, acredito que esteja dando à Igreja um exemplo de uma dedicação absoluta, completa, extraordinária, de um amor a esta Igreja, de maneira tal que isto o leva a não poupar nem mesmo forças, nem energias, nem riscos – porque sabe que às vezes se expõe a riscos – e o está fazendo precisamente com uma dedicação absoluta. E acredito que aquilo que está impressionando muito o mundo, é a maneira como ele está realizando esta sua missão: com uma grande delicadeza, com uma grande confiança no Senhor e ao mesmo tempo, também, com aquela simplicidade com a qual sabe se aproximar de todos. Prega muito a misericórdia: mas acredito que esteja demonstrando com o seu modo de agir, que esta misericórdia é uma norma, para ele, para com todos. Para aqueles que lhe são próximos e pela Igreja universal.”.
RV: “É o tempo da misericórdia”, ele diz…
“Sim. É uma característica que ele quis imprimir em seu Pontificado e é por isto justo que tenha também desejado para este Ano da Misericórdia que, como disse em diversas ocasiões, quer que realmente se estenda a toda a Igreja, em todas as diversas partes do mundo: não é somente em Roma, é um Ano da Misericórdia para todo o mundo. E por isto quis realizar esta maneira particular – acredito que única, até agora – de poder celebrar o Ano Santo com a abertura da Porta Santa não em Roma, mas também fora, em um país africano que está sofrendo muito. Quis abri-la lá, para dizer que o Ano da Misericórdia não é somente para uma parte do mundo, mas que deve chegar a todos, absolutamente a todos, em todos os diversos continentes, porque de misericórdia, acredito que todos nós seres humanos temos tanta, tanta necessidade”.
RV: Um outro aspecto também muito importante deste Pontificado, da ação do Papa Francisco, é a reforma da Cúria. Como o senhor vê isto?
“Acredito que existam alguns que, talvez, não tenham entendido todo o significado, o desejo do Santo Padre, de poder reformar em tudo o que é possível e isto – como disse ele, mesmo diversas vezes, não é somente uma iniciativa sua, mas ele nos momentos preparatórios da escolha do novo Papa, ouviu as vozes que tantos Cardeais lhe apresentaram, indicando a conveniência de poder reformar diversas coisas e pontos, modos de agir, etc, na Cúria; e ele recolheu estas sugestões e quis plasmá-las na vida real, na vida de cada dia, na vida da Igreja. É natural que se trate de alguma coisa que não poder ser feita em breve tempo, que é uma coisa que irá requerer muito mais tempo e ele está levando em frente pouco a pouco, mas em maneira decidida e clara”.
RV: Qual é o seu desejo para o Pontificado, para a ação do Papa Francisco?
“O primeiro é desejar a ele toda a ajuda do Senhor e a ajuda de Nossa Senhora, para que possa realizar tudo aquilo que deseja fazer para reformar a Igreja, para que possa, por sua vez, ser de ajuda também para toda a humanidade, e que com esta ajuda continue com serenidade, com tranquilidade e que possa sentir-se contente e alegre. Diversas vezes ouvi ele dizer isto também: ‘eu vou em frente sereno e decidido, continuar com estas reformas e à frente desta Igreja’, doando-se totalmente para o bem dos outros e sendo um bom exemplo para nós que seguimos tudo aquilo que faz e que somos também os destinatários destas suas preocupações, de todos estes seus cuidados, do seu desejo de melhorar esta Igreja para que a Igreja possa também melhorar o nosso mundo de hoje”. (JE)
Rádio Vaticano