Em
mensagem por ocasião do 7 de setembro, a Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) "reafirma que o Brasil é um país livre, soberano e
religioso", marcado por "uma história construída na diversidade, na tolerância e na convivência
pacífica".
Entretanto,
de acordo com o texto assinado pela Presidência da CNBB, o país passa por "um triste
momento da história". "A
ausência de valores éticos e morais provocou a profunda crise política,
econômica e social que estamos atravessando. A histórica desigualdade social não
foi superada. Corremos o risco de vê-la agravada pela desconstrução de
políticas públicas, que resultam em perda de direitos", dizem os bispos.
Confira, abaixo, a íntegra do texto:
“A esperança não decepciona” (Rm 5,5)
A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, por ocasião das comemorações
de 7 de setembro, dia
da Independência, reafirma que o Brasil é um país livre, soberano e
religioso. É uma das dez maiores economias do mundo, território vasto
e diverso, mais de 200 milhões de brasileiras e brasileiros. Testemunhas de uma
história construída na diversidade, na tolerância e na convivência pacífica.
Contudo, vivemos um triste momento de nossa história. A ausência de
valores éticos e morais provocou a profunda crise política, econômica e social
que estamos atravessando. A histórica
desigualdade social não
foi superada. Corremos o risco de vê-la agravada pela desconstrução de
políticas públicas, que resultam em perda de direitos.
Constatamos as dificuldades do
momento, mas acreditamos na capacidade do povo brasileiro de superar
adversidades, sempre através de manifestações pacíficas. Cada instituição é
chamada a cumprir seus respectivos deveres, no Estado Democrático de Direito,
atuando no que lhe é específico, em favor do povo brasileiro, nunca por
interesses particulares ou corporativos. A Carta Magna de 1988, fruto de um
processo de participação popular, guardiã da democracia brasileira, deve ser
arduamente defendida.
Menos de um mês nos separam das
eleições municipais. É uma oportunidade para nossa
população falar através das urnas. Não percamos a chance de ter uma
participação ativa e consciente que resgate a política e eduque para cidadania.
Recordemos que se trata de uma eleição sem o financiamento empresarial e regida
pela lei da Ficha Limpa, relevantes conquistas da sociedade brasileira.
“Gigante pela própria
natureza... teu futuro espelha essa grandeza”.
O dia da pátria seja uma
ocasião para reafirmar o compromisso de todo o povo brasileiro com a
democracia, por meio do diálogo e da busca incansável pela paz, para
construirmos juntos um Brasil fraterno e justo. A “esperança não decepciona”
(Rm 5,5).
Nossa Senhora Aparecida,
padroeira do Brasil, interceda por nós!
Brasília-DF,
07 de setembro de 2016
Dom Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília-DF - Presidente
Dom Murilo S. R. Krieger, Arcebispo de S. Salvador da Bahia-BA - Vice-Presidente
Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília-DF, Secretário-Geral