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Santuário Nacional apresenta a campanha "Eu sou o Brasil ético"


“Eu sou o Brasil ético” é o nome do novo projeto do Santuário Nacional de Aparecida  lançado em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 2. Surgida após a comemoração do Jubileu dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, a campanha convocará os cristãos a refletir sobre os valores que pautam suas ações e, assim, tomar atitudes concretas para construir um país diferente. 
“Nós não somos qualquer Brasil. O Brasil ético significa o Brasil da justiça, o Brasil da fraternidade, o Brasil da dignidade humana, o Brasil da promoção da vida. E tudo isso é ético e o que nós precisamos, exatamente na política é da ética”, afirmou o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes.
Durante a coletiva que marcou o início do projeto, o arcebispo afirmou a importância da política para a sociedade e a necessidade da população olhá-la com fé, esperança e amor. “Os documentos da Doutrina Social da Igreja falam da política como um amor social, é uma atitude de fé e a fé se manifesta em obras, e a política é uma boa obra social”, comentou.
Durante o ano eleitoral de 2018, as celebrações, catequeses, publicações de revistas e artigos de internet do Santuário serão direcionadas para temáticas específicas de orientação política. Os meses de fevereiro, março e abril tratarão dos temas segurança, saúde e educação. Fé, esperança, e caridade serão perspectivas abordadas em maio, junho e julho, e os meses de agosto, setembro e outubro serão focados em honestidade, ordem e progresso, e voto. Novembro e dezembro, meses pós eleição, encerrarão o ano pontuando as mudança que o país precisa e perspectivas para o futuro.
Além da discussão de assuntos voltados para a política nacional, o Santuário incentivará a oração pelo Brasil durante o ano todo. “O Santuário Nacional tem uma vocação primeira de acolher o povo e ajudar o povo a rezar, então quais atitudes concretas nós faremos neste ano de 2018 dentro deste projeto? Primeiro será rezar pelo Brasil. Nós temos essa vocação”, afirma o reitor do Santuário Nacional, padre João Batista de Almeida, informando que, a cada mês, alguma situação de destaque no país será colocada como intenção de oração. 
Segundo o sacerdote, o projeto frisará a lei da ficha limpa como principal ferramenta de seleção dos candidatos. Ele destacou a importância da verificação do passado dos candidatos e se eles têm problemas com a justiça. “Afinal, quem tem problemas com a justiça precisa resolvê-los”, comentou.
“Será um processo pessoal de conversão e convencimento porque este ano nós temos a oportunidade de mudar este país, porque quando se diz ‘eu sou o brasil ético’, você está assumindo um compromisso com a sociedade de não fazer aquilo que não é ético, é assumir o compromisso de ser referência para as pessoas”, afirmou padre João Batista.

Escândalos e mudança de mentalidade

Desvios de recurso, pagamento de propinas e contratos duvidosos são algumas realidades apontadas por padre João Batista como recorrentes na política nacional. Segundo o sacerdote, situações como estas têm causado tristeza e espanto nos brasileiros e também o desejo de mudança.“Mas como mudar?”, questionou o sacerdote.
Segundo o padre, a mudança deve partir de forma individual e comportamental. “Nós nos assustamos com o número, com os valores em que ficamos sabendo que foram desviados, mas nós não ficamos assustados quando ficamos sabendo dos empresários que não pagam impostos (…) não nos assustamos quando incomodamos a vizinhança com um barulho de som alto durante a noite, não nos incomodamos de parar o carro em lugares que não pode parar, enfim, são ações que acabam também fazendo de nós alguém que está corrompendo as situações”, alertou.
Para o sacerdote a escolha de mudança deve partir de cada cidadão, e destacou que o cristão em especial deve seguir a condição de devoto de Nossa Senhora e começar a mudar o ambiente em que vive. “O Santuário tem por vocação e por missão o sacramento do perdão, da misericórdia e conversão. Convocaremos o povo à conversão e a uma mudança de atitude”, concluiu.
“Depois de toda a manifestação de corrupção e de comprovação que a nossa política pode e deve melhorar, este ano eleitoral tem um significado muito grande primeiro para a gente não perder a confiança nos políticos – temos políticos bons e sem políticos o mundo não subsiste, pois é todo feito de política -, portanto desânimo e pessimismo não são o caminho. (…) Reconstruir e criar outra mentalidade política, isso nos cabe”, finalizou Dom Orlando.