Para São Bento a vida de quem quer viver na intimidade com Deus deve ter sempre uma característica quaresmal. Mas como tal prática é difícil para a maioria das pessoas procuremos, ao menos nos santos dias que antecedem à Páscoa, intensificar nossa caminhada para Deus respondendo à sua graça e o seu carinho por nos ter procurado e encontrado. Mais que fazer “penitências” procuremos intensificar nosso propósito de conversão para o Amor que nos leva a viver a quaresma como um tempo favorável de avaliação de nossas opções de vida, corrigindo nossos erros e aprofundando a dimensão ética da fé, abrindo-nos aos outros e realizando ações concretas de solidariedade.
A quaresma é tempo de graça e salvação para nós, onde nos preparamos para viver, de modo mais intenso, livre e profundo o centro do ano litúrgico, de nossa caminhada para Deus e para o seu Reino – a Páscoa!
Este tempo tão rico começa na quarta-feira de cinzas e vai até a manhã da quinta-feira santa, quando celebramos a “Missa dos Santos óleos”.
No intuito de ajudarmos nossas comunidades a celebrarem a quaresma como caminho para a grande celebração da Páscoa, elencamos alguns lembretes práticos para as equipes de liturgia e de celebração:
• A cor litúrgica é o roxo (no quarto domingo a cor é rosa); não se canta o Glória e nem Aleluia; não se usa flores para ornamentar o altar; evita-se a utilização de instrumentos a não ser para dar sustentação ao canto.
• O espaço litúrgico, despojado, sóbrio e “vazio” nos ajuda a esvaziar o coração para preenchê-lo com a Palavra, que é luz para nossos passos e que nos converte.
• Momentos de silêncio, principalmente entre as leituras e após a homilia, são importantes.
• Um sinal permanente no espaço litúrgico, como um tecido roxo em forma de faixa na mesa da Palavra ou como detalhe na mesa eucarística (sem “tampar” ou esconder o altar), ajudará na experiência quaresmal.
• Não colocar o cartaz da Campanha da Fraternidade em frente ao altar ou ambão, mas num outro local, de preferência na entrada da igreja, bem visível para a comunidade.
• A cruz, pela qual fomos marcados no Batismo, deve ser destacada. Ela lembra que somos discípulos e discípulas de Jesus, que superou o fracasso humano da cruz com um amor que vence a morte.
• A comunidade pode fazer maior experiência da misericórdia de Deus através do sacramento da Reconciliação, de celebrações penitenciais e também de retiros quaresmais.
Maria Cristina Centurião Padilha