O Papa Francisco, em entrevista à Agência Reuters, no
Vaticano, no último sábado (02), falou sobre assuntos recorrentes em seu
papado nos últimos meses: uma possível renúncia, o seu estado de saúde, aborto e a guerra na Ucrânia.
Francisco negou rumores de que planeja renunciar
em um futuro próximo e também disse que está a caminho de visitar o Canadá neste mês, além de esperar pode ir a Moscou e Kiev o mais rápido
possível depois disso.
Renúncia
Como já noticiado pelo A12, em entrevista
exclusiva com Dom Roque Paloschi, Arcebispo de Porto Velho, e
que esteve com o Santo Padre no Vaticano, foi confidenciada pelo Pontífice ao arcebispo
brasileiro a sua não renúncia. Francisco, à Reuters, afastou mais uma vez os rumores de que deixará o trono de Pedro.
“Todas essas coincidências fizeram alguns pensarem que a
mesma 'liturgia' aconteceria. Mas nunca passou pela minha cabeça. Por enquanto não,
por enquanto não. Realmente!”, falou o Papa.
As coincidências citadas por Francisco foram uma série de eventos entre maio e
junho, incluindo reuniões com Cardeais do mundo para
discutir uma nova constituição do Vaticano, uma cerimônia para empossar novos cardeais com
poder de voto em um futuro conclave e uma visita à cidade italiana de L'Aquila,
onde está sepultado Celestino V, primeiro Papa a renunciar.
Francisco, no entanto, repetiu sua posição muitas
vezes declarada de que ele poderia renunciar algum dia se a saúde debilitada tornasse impossível dirigir a Igreja –
algo que era quase impensável antes de Bento XVI.
Questionado sobre quando achava que isso
poderia acontecer, o Papa foi enfático.
"Não sabemos. Deus dirá", disse.
Problema de saúde
O Papa deu detalhes de sua doença pela primeira vez em público,
dizendo que havia sofrido "uma pequena fratura" no
joelho quando deu um passo em falso enquanto um
ligamento já estava inflamado.
"Estou bem, estou melhorando lentamente", disse ele, acrescentando que a fratura
foi tratada com terapia a laser e magnética.
Guerra na Ucrânia
Desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, o Papa vem demonstrando preocupação com o conflito e pedindo
pela paz no mundo. O Santo Padre, inclusive, já expressou sua vontade
de dialogar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em
Moscou.
Quando o Vaticano perguntou pela primeira vez sobre uma viagem,
há vários meses, Francisco disse que Moscou respondeu que não
era o momento certo.
Mas ele deu a entender que algo pode ter mudado agora.
"Eu gostaria de ir (para a Ucrânia), e queria
ir para Moscou primeiro. A primeira coisa é ir à Rússia para tentar ajudar de
alguma forma, mas gostaria de ir
às duas capitais”, disse Francisco.
Aborto
Por fim, durante
a entrevista, o Santo Padre foi questionado sobre o aborto e a
decisão da Suprema Corte dos EUA que anula a histórica decisão Roe
vs. Wade, que estabelece o direito da mulher ao aborto, Francisco
disse que respeita a decisão, mas não tem informações suficientes para
falar sobre isso do ponto de vista jurídico.
O Papa condenou veementemente o aborto, comparando-o a "contratar um
assassino de aluguel".
"Eu pergunto: é legítimo, é certo eliminar uma vida humana para
resolver um problema?", finalizou o Santo Padre.
Fonte- Vatican News