Entrevista: Padre Walter Collini celebra 50 anos de Ordenação Presbiteral e já batizou 11 mil pessoas
Nascido em uma família católica, decidiu entrar para o seminário, na Itália, depois veio para o Brasil e, no dia 10 de junho de 1973, recebeu o sacramento da ordem pelas mãos de Dom Gentil Barreto, bispo na época, na Catedral de Santa Luzia. Na sua importante missão na Diocese de Mossoró passou por duas paróquias: Paróquia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Martins e Paróquia de Santa Luzia. Hoje se dedica a atender as pessoas, em sua casa, e a Missa das Crianças todo domingo, às 10h, na Matriz de São José, em Mossoró/RN.
O jornal A Luz da Diocese (ONLINE) conversou com Padre Walter Collini, que se sente feliz por ter batizado, ao longo desses 50 anos, 11 mil pessoas.
JA- Como sentiu o chamado de DEUS?
Pe Walter - O chamado de DEUS sempre se revela através de pessoas, circunstâncias, acontecimentos, situações que se tornam a linguagem de DEUS que se comunica com a gente. Precisa que a pessoa chamada saiba entender e interpretar a mensagem de DEUS. No meu caso, DEUS me fez o convite através de um padre que visitou minha escola, quando eu tinha 11 anos de idade. Ele perguntou à turma quem queria ser padre. Eu nunca havia pensado nisso. Mas achei a proposta interessante e falei que se DEUS quisesse... eu toparia!
JA- Como foi a sua resposta ao chamado de DEUS?
Pe Walter - DEUS chama uma vez por todas, nós devemos repetir e reafirmar todo dia o nosso “sim!” Eu respondi com a disponibilidade e a consciência possível e compatível para um menino de 11 anos que era a idade que eu tinha quando DEUS me acenou a vocação sacerdotal. A vocação cresceu comigo e eu com ela. Tudo proporcional à idade, ao entendimento, à capacidade de compreensão. Mas nunca houve arrependimento, incertezas ou dúvidas (que são até comum em quase todos).
JA- Deixe uma mensagem a quem está buscando sua vocação e a quem já vive
sua vocação.
Pe Walter- Todos são chamados. DEUS chama, depende de nós ouvir, escutar e responder. Não adianta fazer ouvidos de mercador com DEUS. Para descobrir a própria vocação precisa de silêncio, escuta, disponibilidade, amor apaixonado por DEUS e amor e sensibilidade para com os outros.
Vocação acertada é vida feliz! Vocação é a felicidade de ter como ofício
o amor e o entusiasmo. Eu me acho a pessoa mais feliz do mundo! Não quero
trocar de vida com ninguém. Sinto-me plenamente realizado. A vida é a primeira
vocação. Quem perder sua vida vai ganhá-la! Não tem “patrão” melhor do que o
Senhor. Servir ao Senhor é não ter que servir a nenhum dos outros “senhores”.
Ser Sacerdote é... Brincando com as palavras posso dizer
que “tem gente que nasce para ser pade e gente que nasce
para pade ser”. Ser padre é também padecer, participando das dores
do parto para tentar gerar o Reino de DEUS na comunidade. Ser padre é ser pai
(esse é o sentido da palavra “padre”) sem nunca ter gerado na carne, para gerar
a vida divina no Batismo. Eu me sinto feliz em pensar que já batizei quase
11.000 pessoas!
Ser padre é participar da loucura de DEUS de receber na fragilidade de
pote de barro a graça de DEUS para distribuí-la generosamente com os irmãos e
as irmãs. É penetrar os arcanos mistérios de DEUS sem nem bem conhecer a si
próprio. É experimentar as alturas vertiginosas e as profundezas abismais do
amor divino. É emprestar a voz ao Senhor para fazer de todos os seres humanos
filhas e filhos do Altíssimo DEUS. É poder levantar o braço sobre os pecados do
mundo e poder garantir que DEUS perdoou o pecado. É juntar a humanidade toda de
uma vez, na liturgia, e celebrar a Páscoa com JESUS, na Santa Missa, anulando o
tempo e o espaço e antecipando misticamente a eternidade e o infinito do céu.
Ser sacerdote é não ser de ninguém para ser de todos!!!